domingo, 15 de novembro de 2009

28º Corta-Mato Matos Velhos | Crónica



"Encostei à boxe". É assim que se resume a crónica de hoje.

Sabia ao que ia. Num corta-mato loooooooongo de 10km, sem adesão dos corredores "populares" (excepto meia duzia de bravos de Torres), o fosso entre o meu ritmo e o do grosso do pelotão iria ser brutal.

No aquecimento as sensações não eram as melhores, mas atribui isso ao nervoso miudininho. Por mais que diga que já não tenho motivos para tal, a verdade é que ele nunca nos abandona.

Antes da partida, troca de palavras com o Luís Cipriano, e ficou no ar a ideia de irmos em grupo para a prova não custar tanto. A intenção era boa, mas é preciso ter pernas. Foi dada a partida e sucedeu aquilo que se esperava, ao fim de 300 metros já seguia descolado do grupo da frente, apesar de ter "sprintado". Atrás de mim apenas a tal meia duzia de bravos. Juntamente com o Luís Cipriano cumpri a primeira volta. Não levei o Garmin por falta de bateria, mas de certeza que o ritmo dessa primeira volta foi abaixo de 4'/km. Ao fim da 2ª volta estava KO, e ainda faltavam...5!

Com a entrada na 3ª volta veio a lição a extrair desta experiência. Enquanto que os exageros iniciais nalgumas provas de estrada que fiz foram mais ou menos disfarçaveis, no cross isso é muito mais difícil. É impossivel estabilizar o ritmo de corrida, ora são as subidas, ora é o vento contra...até a mudança de piso, da terra batida para a relva alta, tudo atrapalha...


A 3ª volta foi feita a muito custo...a ideia já só era chegar ao fim, não desistir.

Quando precisamente conclui a 3ª volta, fui dobrado pelo grupo da frente. Nada que não tivesse à espera, aliás um dos objectivos da minha corrida era não levar duas voltas...


O "momento" da minha corrida deu-se quando enfrentei pela 4ª vez a pequena (na altura enorme) elevação do percurso. Chegado ao cimo, quando iniciei a descida subsequente tentei dar instruções às pernas para ir a direito e senti o corpo a zigue-zaguear para esquerda e para direita sem qualquer controlo. Parei com esperança de que fosse uma coisa momentânea, mas não, as sensações que se seguiram foram parecidas com uma baixa de tensão...não dava para continuar...



Epílogo. Cheguei a casa, tomei banho, almocei e prostrei-me no sofá acabando por adormecer. Quando acordei estava mais cansado do que noutros dias em que competi, inclusivé nos dias das meias maratonas.


Espero que a dor de cabeça e de corpo (felizmente não tenho febre...) sentidas não sejam prenuncio de uma gripalhada...

Melhores dias virão.


Quanto a corta-matos, nas distâncias para veteranos (até 5km) tudo bem, como sénior não sei se me apanham lá outra vez...pelo menos enquanto o meu ritmo competitivo não for outro...

***

3 comentários:

rustman disse...

É assim mesmo... ou vai ou racha! Era uma prova de observação para a selecção de corta mato, havia que arriscar... :-)

Diego da Costa disse...

Desejo melhora ao amigo e um boa semana.

Abraços!!!

joaquim adelino disse...

Olá Nuno
Que coragem. Numa fóto que o jornal a Bola hoje publica em apoio ao relato da prova, apareces muito bem posicionado junto daquelas trutas todas, pena ter sido só no início, mas cada dá o que pode não é?
A persistência faz o guerreiro e o caminho até nem é longo, é feito de lutas e de acessíveis sacrifícios, o risco é a boa contade, o resto vem por arrasto.
Parabéns enquanto deu, parabéns pela sábia decisão no momento da paragem.
Abraço.