domingo, 24 de janeiro de 2010

Campeonato Nacional de Veteranos em Pista Coberta | Crónica (1ª Parte)

Esta é a crónica de uma jornada que esteve para não acontecer.

Recuemos três noites atrás. Na quinta-feira, após ter ficado o dia todo em casa com o corpo todo quebrado, a noite também não foi melhor. Acordei sucessivamente com as vias respiratórias completamente obstruidas e uma pressão na face descomunal. Só por volta das 4h30, após um chá quente e um brufen, é que chegou o alívio. Debaixo dos lençois, suei de tal maneira que o pijama ficou mais encharcado que a roupa de treino. Acordei sem febre e fui trabalhar. Na altura pensei, já não vou ao campeonato fazer aquilo que queria mas ao menos deve dar para ir. Sol de pouca dura, por volta do 12h, volto a ir abaixo e desta vez com febre. Faço um esforço para almoçar e desloco-me ao CACTUS de Torres Vedras. A médica vê-me, ausculta-me e conclui que tenho de fazer exames complementares. Desloco-me ao Hospital de Torres Vedras, faço um raio x e análises ao sangue. Regresso com os resultados e a médica informa-me que da parte respiratória estou ok, excepto a questão da obstrução nasal (dois anti-histamínicos aerius e a coisa ficou quase a 100%), mas a análise sanguínea revela que se trata de uma infecção de natureza viral. E aqui é a coisa muda de figura, ela pensa que pode ser mononucleose e diz-me que se o fígado foi afectado...terei de parar uns tempos (só mais tarde me disse que no mínimo seria um mês). Passa-me uma credencial para eu fazer os exames num laboratório, pois não era possível fazê-los no hospital...

Comecei a ver a vida andar para trás, fui à procura de um laboratório onde pudesse fazer os exames de imediato. Lá consegui in extremis à hora limite (18h) que a clínica da CUF de Torres aceitava fazer os exames e dar-me o resultado no mesmo dia. Mais uma picadela, mais uma espera de 1h. Finalmente com os resultados na mão, desloco-me novamente ao CACTUS. A médica ficou surpreendida com a minha persistência, mas lá me deu a boa nova, não era mononucleose e o figado estava normal. Perguntei: "Dra. e correr?". Resposta: "Pode, mas não aconselho até porque você está a arder em febre".

Jantei, e apesar dos 38º estava aliviado. Se amanhã acordasse sem febre...ia ver o campeonato, já não era nada mau! A noite foi igual à anterior, até às 4h a febre não abrandou, mas de manhã já tinha desaparecido. Fizemos as malas, e como a esperança é a última a morrer, a mala com o equipamento também foi para o carro. A caminho de Espinho, voltei a reservar o hotel que já tinha cancelado e eis que toca o telefone. Conversa breve com o meu irmão, onde deixo escapar um "talvez" no domingo se estiver sem febre faça os 800m. Ao segundo telefonema, desta vez do Ricardo Lemos, já afirmo perentoriamente que corro no domingo e que hoje (sábado) se estiver sem febre, também faço os 400m! A Paula olha para mim e sorri...

Check in feito, dirigimo-nos à Nave de Espinho. Quando lá chego, já falo em talvez correr os 1500m...felizmente ganho juízo e interiorizo que só vou correr os 400m.

Os 400m
Era prova que eu tinha anteriormente decido participar para ajudar o clube. No ano anterior só tinha participado 4 atletas e o 2º tinha feito uma marca "fraquíssima" de 63'', que poderia estar ao meu alcance.

O n.º de atletas foi o mesmo, quatro, e eu até fiz 63,04...mas fui quarto...não tive hipótese, dei tudo desde início, consegui inclusive passar aos 200m com o cronómetro ainda no segundo 28, mas ainda assim já ia em último. Foi sofrer até ao fim, mas nos últimos 100m a pista começou a subir...para história ficava a primeira vez:
- que corria em pista coberta;
- que partia de blocos;
- que usei o número atrás à velocista (na verdade só tive tempo de vestir a camisola ao contrário, eheheheh)



Como já vai longa, a crónica continua noutro post.

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